Foi em frente a uma deliciosa galinhada goiana que tudo começou. Depois de uma intensa articulação de Flávio Sanctum com a Divisão de Saúde Mental de Goiânia, o Centro de Teatro do Oprimido, com as curingas Helen Sarapeck e Monique Rodrigues, realizou no período de 26 a 30 de Setembro, uma capacitação para os profissionais de Saúde Mental da cidade. Mais de 35 inscritos, vindos de Caps, Casas de Acolhimento, Consultório de Rua e até Secretaria de Educação. Psicólogos, arte terapeutas, assistentes socais, enfermeiros. Todos se redescobrindo com a metodologia de Augusto Boal.  Corpos mecanizados pelo trabalho e afazeres cotidianos se desvendando em um misto de sentidos com sons e movimentos.  Reclamações pelo cansaço conjugados com a felicidade pela possibilidade de descoberta. 
Formado majoritariamente por mulheres, o grupo escolheu o sexismo como tema de suas cenas. Assédio sexual e violência doméstica (a nível mais subjetivo, mas não menos cruel, mostrando que os afazeres domésticos e cuidados com a prole são tarefas sempre consideradas femininas) foram os temas nos quais se baseavam as histórias.
Foi um momento tocante, recheado de surpresas e descobertas. Daqueles momentos que nos alimenta, nos fortalece. Mostra como é potencializador aquilo que fazemos. O que seria um curso de introdução, agora vai virar Programa de Capacitação de Multiplicadores. Uma parceria garantida com a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia e uma parceria em construção com a Secretaria de Saúde do Estado de Goiás.
Dia 10 de Outubro o grupo apresenta as cenas no evento em comemoração ao Dia Mundial da Saúde Mental. Uma nova semente está germinando. Quem sabe não virá a ser uma nova plantinha neste mato de loucuras e (in)sanidades? 

Texto: Monique Rodrigues
Edição: Helen Sarapeck