Goiânia, Maio / Junho de 2011 Publicação Bimestral – Ano I - Nº 04
Editorial Beija Flor
O dia 18 de Maio - Dia Nacional da Luta Antimanicomial é celebrado em todo país com manifestações públicas de organizações da sociedade que lutam pelo fim dos manicômios, pelo fim do preconceito e pela garantia dos direitos à cidadania dos portadores de sofrimento mental. É um esforço coletivo, com muita energia, coragem, fibra, bom humor, alegria e criatividade para demonstrar publicamente que a exclusão das pessoas com sofrimento mental, justificada pelos mitos da periculosidade e da incapacidade e reforçada por preconceitos, não tem razão e que é possível conviver com as diferenças. Essa luta, aliada a diversos parceiros, pressionou o Estado brasileiro à implantação de políticas públicas em saúde mental, obtendo grandes ganhos em relação à mudança de assistência e a conquista de direitos. Assim, um grande número de pessoas portadoras de sofrimento mental, sendo aceitas em suas diferenças, pôde ter acesso a um leque maior de possibilidades tanto no presente quanto no futuro. Atualmente essas pessoas são tratadas em serviços abertos, substitutivos ao hospital psiquiátrico, como nos Centros de Atenção Psicossocial – CAPS. Há ainda recursos como Residências Terapêuticas, Centros de Convivências, Projetos de Geração de Renda, dentre outros, além de dispositivos legais que os protegem. O Estado de Goiás, conta com CAPS, CAPS ad – Álcool e outras drogas e CAPS Infantil, Residências Terapêuticas e Cooperativas de Trabalho. Avanços foram conquistados, mas há ainda muito o que fazer. No Estado de Goiás ainda não existe CAPS III, que funciona 24 h durante sete dias da semana. Este é o dispositivo fundamental para acolher o portador de sofrimento mental em crise no momento em que ele necessitar. A rede de cuidados substitutiva ainda é insuficiente devido à morosidade do processo de reforma psiquiátrica no estado. Nesse dia de luta, estamos mais uma vez, exigindo o fim dos manicômios, cuidando em liberdade com fortalecimento dos serviços substitutivos existentes, implantação imediata de CAPS 24 horas, Centro de Convivência e investimento em ações intersetoriais como lazer, cultura, educação, moradia e trabalho capazes de proporcionar uma vida digna às pessoas portadoras de sofrimento mental.
Fonte: Texto extraído da CARTA ABERTA À POPULAÇÃO – folder divulgação resultante de parcerias entre FGSM - Fórum Goiano de Saude Mental, SINTFESP entre outros parceiros.
Beija Flor Informa:
Passeata de 18 de maio de 2010 - Saúde Mental: “Cuidar em CAPS sim, excluir no manicômio não”- cartaz do usuário Yuri
Dia 17/05/2011: Mobilização de profissionais, usuários, familiares de Saúde Mental em frente ao Paço Municipal. Momento de troca de informações para a população presente e envolvimento de várias categorias profissionais nos eventos do Dia Nacional da Luta Antimanicomial.
Dia 18/05/2011: Passeata a partir das 08:00 horas da manhã. Concentração na Rua do lazer, Centro de Goiânia, seguindo em caminhada com retorno à Rua do lazer, para fechamento final. Haverá manifestações culturais ao longo de todo trajeto. Participe, a luta é nossa!
Dia 19/05/2011: Espaço aberto na CARA Vídeos para debates após o curta: ‘Passageiros de Segunda Classe’ (22min – documentário – p/b – DF – 2001).
Direção: Waldir Pina, Kim-Ir-Sem e Luiz Eduardo Jorge. Sinopse: um olhar cinematográfico humanizado no interior de um espaço manicomial, onde os pacientes segregados são submetidos à correção, ao eletrochoque e a miséria absoluta.
Direção: Waldir Pina, Kim-Ir-Sem e Luiz Eduardo Jorge. Sinopse: um olhar cinematográfico humanizado no interior de um espaço manicomial, onde os pacientes segregados são submetidos à correção, ao eletrochoque e a miséria absoluta.
ZumZumZum CULTURAL:
Marcha dos usuários, pela reforma psiquiátrica antimanicomial à Brasília: Duas mil pessoas concentradas no Congresso – Banner de participante anônimo, com os dizeres: “Deus me livre e guarde do Hospício”
ZumZumZum musical:
Dica dos usuários, Imer, Elizângela, Alcilene, Edilaine da Oficina Educativa de Comunicação e da Oficina de Vivências Artísticas pelos usuários: Aparecida, Juliana, Douglas, Francisca, Luiz, Maria Celeste, Marlene, Valdir, Wallan, Ronaldo, Wellington, Marcelo, Marlúcia, para esta edição de 2011: Propõem reflexão frente à frase com mesmo nome da música de Nando Reis:
Não vou me adaptar, “à falta de liberdade proposta na internação prolongada... neste encarceramento sem medida, que faz mais adoecer do que melhorar... ao afastamento da vida digna ao lado da família, com tratamento que recupera, que inclui...” (usuários da Oficina Educativa de Vivências Artísticas e coord. da Arteterapeuta Yuze)
Nando Reis Composição : Arnaldo Antunes
Eu não caibo mais nas roupas que eu cabia
Eu não encho mais a casa de alegria
Os anos se passaram enquanto eu dormia
E quem eu queria bem me esquecia
Eu não encho mais a casa de alegria
Os anos se passaram enquanto eu dormia
E quem eu queria bem me esquecia
Será que eu falei o que ninguém ouvia?
Será que eu escutei o que ninguém dizia?
Eu não vou me adaptar, me adaptar
Será que eu escutei o que ninguém dizia?
Eu não vou me adaptar, me adaptar
Eu não tenho mais a cara que eu tinha
No espelho essa cara já não é minha
É que quando eu me toquei achei tão estranho
A minha barba estava deste tamanho
No espelho essa cara já não é minha
É que quando eu me toquei achei tão estranho
A minha barba estava deste tamanho
Será que eu falei o que ninguém ouvia?
Será que eu escutei o que ninguém dizia?
Eu não vou me adaptar, me adaptar
Não vou me adaptar!
Me adaptar!
Será que eu escutei o que ninguém dizia?
Eu não vou me adaptar, me adaptar
Não vou me adaptar!
Me adaptar!
Eu não caibo mais nas roupas que eu cabia
Eu não encho mais a casa de alegria
Os anos se passaram enquanto eu dormia
E quem eu queria bem me esquecia
Eu não encho mais a casa de alegria
Os anos se passaram enquanto eu dormia
E quem eu queria bem me esquecia
Será que eu falei o que ninguém ouvia?
Será que eu escutei o que ninguém dizia?
Eu não vou me adaptar,me adaptar
Não vou me adaptar!
Não vou!
Será que eu escutei o que ninguém dizia?
Eu não vou me adaptar,me adaptar
Não vou me adaptar!
Não vou!
Eu não tenho mais a cara que eu tinha
No espelho essa cara já não é minha
Mas é que quando eu me toquei achei tão estranho
A minha barba estava deste tamanho
No espelho essa cara já não é minha
Mas é que quando eu me toquei achei tão estranho
A minha barba estava deste tamanho
Será que eu falei o que ninguém ouvia?
Será que eu escutei o que ninguém dizia?
Eu não vou me adaptar, me adaptar
Não vou!
Não vou me adaptar! Eu não vou me adaptar!
Não vou! Me adaptar!...
Será que eu escutei o que ninguém dizia?
Eu não vou me adaptar, me adaptar
Não vou!
Não vou me adaptar! Eu não vou me adaptar!
Não vou! Me adaptar!...
ZumZumZum Junino:
Oia só...Mês de Junho chegando, irá acontecer o Arraiá do Beija Flor!!! Festa pra lá de animada e comilança da boa...participação dos usuários, familiares, comunidade local e ocê que tá lendo este jornalzinho...Não perca!
Colaboração e participação dos Usuários : Imer, Elizângela, Denise, Edilaine, Alcilene / Coordenação Técnica: Yuze – Arteterapeuta , Fernanda - Psicóloga
Apoio: Comissão de Direitos Humanos – Assembléia Legislativa / Título do jornal: Imer / Arte: Yuze /Opiniões e Sugestões: forumgoianosaudemental.blogspot.com ou
e-mails: yuze.arteterapeuta@gmail.com
